Você sabe qual é a importância do Bitcoin? Sim, sabemos que ele é o maior ativo digital da história, o rei das criptomoedas e uma poderosa ferramenta financeira. Mas você sabe realmente qual a verdadeira importância dele?
É exatamente isso que vamos tentar responder com uma série de artigos adaptados do site Cryptobriefing, onde exploramos a importância das criptomoedas para o atual mercado.
Para entender melhor sobre a importância do Bitcoin, primeiro precisamos entender um pouco da história do sistema monetário.
Índice [Esconder]
- 1 Antes do nascimento do dinheiro: O escambo
- 2 Do escambo para a criação das moedas
- 3 O que faz do dinheiro um verdadeiro ‘dinheiro’? Como uma moeda é diferente do dinheiro?
- 4 Uma reserva de valor
Antes do nascimento do dinheiro: O escambo
Apesar de sua simplicidade, o escambo continua tendo algumas vantagens até hoje: Quando se realiza trocas, não há necessidade de dinheiro, pois bens ou serviços são trocados diretamente.
Não há necessidade de qualquer tipo de intermediário para decidir se alguém deve ter permissão para fazer uma negociação ou determinar se tal negociação é justa.
Pode-se encontrar exemplos antigos de escambo sistemático desde os fenícios de 6000 aC, que trocavam mercadorias entre várias cidades do outro lado do mar Mediterrâneo.
O escambo também era um sistema comum de comércio de mercadorias entre o Extremo Oriente, o Oriente Médio e a Europa por muitos séculos, com comerciantes trocando especiarias, sedas, sal, peles, perfumes e uma variedade de outros produtos desejados entre civilizações.
O escambo ainda e é encontrado nos dias de hoje e, de certa forma, voltou a ter força devido a uma variedade de serviços na Internet que permitem essa forma de comércio não monetário em uma escala mais ampla.
Do escambo para a criação das moedas
Nos séculos anteriores, certos bens de troca, como armas, peles, sedas, especiarias e até o sal, obscureciam as linhas entre escambo e dinheiro, com certas mercadorias se tornando um item comercial padrão no lugar do escambo direto de bens ou serviços. Alguns desses itens se tornaram moedas, atuando como uma unidade de valor que possuía um valor padronizado e acordado.
A América do Norte sob domínio britânico serve como um exemplo bastante recente e interessante de uma transição das economias de troca para a moeda.
O “ castor feito“; uma única pele de castor de alta qualidade, tornou-se uma unidade comercial padrão para o comércio de uma variedade de itens durante o boom do comércio de peles do século XVII.
O castor feito agiu como uma moeda, comprando oito facas ou uma chaleira em 1795. Dez peles de castor podiam comprar uma arma.
O castor fabricado era, em essência, uma moeda, medíocre, mas uma moeda. Padrões rígidos foram aplicados em relação ao valor de um castor fabricado em relação a mercadorias.
Ele atuou com sucesso como um meio de troca, permitindo o comércio e se comportou como uma unidade de troca para determinar o valor de objetos diferentes. Porem, ele não era divisível e era pouco fungível.
Os gerentes das empresas de comércio de peles eram ocasionalmente pegos tentando negociar peles de baixa qualidade no lugar das de alta qualidade.
O castor feito também não era tão portátil ou durável quanto as moedas metálicas poderiam ser.
Outro grande problema com castores feitos como moeda? Os castores quase ficaram em extinção, principalmente nos anos 1800, deixando poucos dos castores jovens disponíveis para negociar com outros bens.
A solução óbvia, pelo menos da nossa perspectiva atual, era usar moedas, como o xelim britânico, para tornar a negociação mais eficiente: desde que os comerciantes pudessem chegar a um acordo sobre o valor das moedas negociadas em comparação com o peles.
Essa mudança do escambo para a moeda ocorreu várias vezes ao longo da história econômica. No entanto, a troca mantém seu lugar na sociedade para determinadas situações.
O que faz do dinheiro um verdadeiro ‘dinheiro’? Como uma moeda é diferente do dinheiro?
Então, o que exatamente faz o dinheiro ser dinheiro? Afinal, se uma pele de castor pode ser considerada uma moeda, ela não é realmente uma forma de dinheiro?
Não exatamente. O dinheiro difere da moeda de algumas maneiras sutis, mas importantes.
O dinheiro é um pouco mais abstrato que a moeda. Embora a moeda seja uma ferramenta usada para o comércio, o dinheiro é algo que contém valor intrínseco e não precisa ser atribuído a ele por nenhuma autoridade.
Mais frequentemente, a expressão “dinheiro físico” é usada para evocar a ideia de um item como ouro ou prata, que detém valor intrínseco porque é difícil de adquiri. Enquanto a “moeda” geralmente é um papel ou outro tipo de item promissório usado para representar valor e é relativamente fácil de produzir.
Para que o dinheiro seja considerado real, ele deve atender a uma espécie de lista de verificação de atributos:
- O dinheiro deve ser um meio de troca. Em outras palavras, ele deve poder ser usado para negociar bens ou serviços, em vez de trocar outro bem ou serviço, como no sistema de escambo.
- O dinheiro deve ser uma unidade de conta, sendo intercambiável com bens ou serviços a um preço definido.
- O dinheiro deve ser portátil. Ele deve ser transportado de um usuário para outro para concluir uma transação.
- O dinheiro deve ser durável para que possa ser usado por um período relativamente longo, sem quebrar e se tornar inútil.
- O dinheiro deve ser divisível para fazer compras de vários preços.
- O dinheiro deve ser fungível, o que significa que cada unidade é igual à seguinte. Um dólar específico tem o mesmo valor que outro dólar.
Uma reserva de valor
É importante ressaltar que o dinheiro real é distinto da moeda, pois também é uma reserva de valor por um longo período de tempo. A moeda não tem valor intrínseco, mas é uma ferramenta que pode ser usada para realizar transações.
Como os governos podem imprimir moedas continuamente, a produção da moeda transfere riqueza – ou o valor real do dinheiro real – para os poderes governamentais, uma vez que a moeda é emitida.
Para um melhor exemplo de dinheiro real que persistiu nos últimos séculos, olhe para o ouro. O ouro não pode ser impresso, por isso mantém sua escassez, diferentemente do dinheiro impresso. Permanece em valor monetário, independentemente do valor de uma determinada moeda em um determinado momento.
Enquanto as moedas de papel vão e vêm geralmente diminuindo em valor ao longo do tempo, o ouro retém o valor como “hard money” por milênios.
Ao contrário de muitas moedas, o ouro permanece; pode ser derretido ou convertido em jóias ou eletrônicos, não corrói ou quebra e continua a existir indefinidamente de várias formas.
O ouro que existia milhares de anos atrás ainda existe hoje, de alguma forma.
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